Será que a idéia é mesmo ótima e deveria ser copiada, ou será que é simplesmente uma inovação capitalista para o incentivo ao turismo(que mesmo assim continua sendo sustentável)? Será que sua função varia conforme a cidade? Será que a população como um todo consegue utiliza-la ou que o acesso a tal é restrito somente a algumas camadas da sociedade?
-Histórico:
As origens do compartilhamento vem de ideais anarquistas, onde se compartilharia a propriedade da bicicleta, sendo essa, de toda a sociedade, de utilização coletiva e de responsabilidade também. O problema é que não vivemos no anarquismo, então muito desse ideal inicial caiu, se adaptando ao sistema vigente.
Em 1965, nascem as bikes brancas (ou bikes livres), em Amsterdam, como uma tentativa do grupo anarquista PROVO, de trazer a tona os ideais previamente citados. A ideia não vingou, um mês depois a maioria das bicicletas tinham sido roubadas, e as que não foram, ficaram simplesmente abandonadas, inteiras ou depredadas, próximas a canais da cidade.
A iniciativa trouxe uma solução viável para o problema dos transportes nas cidades superpopulosas, onde o carro seria o grande vilão, parado em imensos congestionamentos, poluindo, ocupando e reduzindo a qualidade de vida dos moradores. As bicicletas, menores e de melhor mobilidade, se tornariam um fim para isso tudo, sem contar com a auto-estima, saúde e disposição de seus usuários.
Lança-se, 9 anos depois(ou seja , 1974), na cidade de La Rochelle, na França, as yellow bikes. Essas bicicletas são conhecidas como bicicletas amarelas, sendo elas unissex. Inicialmente, seguiam as mesmas regras das bicicletas brancas de Amsterdam, mas posteriormente passaram a ser cobradas, tendo seu lucro direcionado para a manutenção do sistema, pela prefeitura. Esse foi o primeiro programa que realmente vingou, e conseguiu seguir em frente, continuando até hoje a funcionar, só que agora por um preço(acessível ou não).
O espalhamento dessa ideia aconteceu no restante do mundo conforme as cidades saturadas de carros encontravam na bicicleta uma solução. A compartilhamento chega nas américas na cidade de Portland, nos EUA, em 1994. Daí nasceram diversas ideias, de maneria a aproveitar melhor a solução existente nesse sistema.
No Brasil não encontrei exatamente onde começou o bike sharing, mas a ideia chegou recentemente, entre o meio de 2009 e 2010. A primeira grande cidade a adota-lo foi o Rio de Janeiro, o sistema inicial, porém, não deu certo, sendo finalizado pela prefeitura (SAMBA) e reiniciado pelo Banco Itaú (BIKERIO) em 2011. O país ainda não teve a ideia bem espalhada, além de poucas cidade terem adotado esse sistema, existe muito pouca infraestrutura para o transporte de bicicletas.
-Estatisticas:
No mundo não tem mais como ter idéia de quantas cidades tem o bike sharing system, muito menos o número de estações ou de bicicletas. Já no Brasil, devido ao seu número reduzido, é possivel saber quantas são as cidades , estações e qual é o número total de bicicletas. Por isso as estatísticas serão voltadas para o nosso país, já que comparar com o resto do mundo seria bastante humilhante.
Levantando os dados do site da Mobilicidade, um portal de mobilidade urbana, ao qual estão vinculados sistemas de compartilhamento de bicicletas de Porto Alegre, Rio de Janeiro, São Paulo e Sorocaba. Esse portal também é responsavel pelo programa de Petrolina, porém, no site, não encontrei nenhum dado sobre.
Porto Alegre: São 9 estações ativas, 31 em ativação, com 12 bicicletas em cada, sendo isso: 480 bikes.
Rio de Janeiro: 63 estações, nenhuma em ativação, são 12 bicicletas em cada estação, ou seja, 756 bicicletas ao total.
São Paulo: 59 estações ativas, 41 em ativação, 12 bikes cada, com um total de 1200 camelinhos.
Sorocaba: 18 estações em atividade, 1 estação em ativação, também com 12 bicicletas cada, resultando em 228 bicicletas.
O Rio de Janeiro é a unica cidade que tem o programa pleno funcionando. Em POA temos 108 bicicletas rodando, em São Paulo 708 e em Sorocaba 216. Não sei das outras cidades, e se fosse possível gostaria de conversar com quem conhecesse estas, sobre o mobilicidade. No Rio de Janeiro, a mobilicidade atende praticamente só a zona sul (setor com maior concentração de renda e turismo da cidade), tendo somente 3 estações na zona norte, sendo essas dentro do Parque de Madureira.
Fora o mobilicidade existe o programa Toopedalando, da cidade de Toledo, no Paraná, existia também um bike sharing em João Pessoa, mas não deu certo e já não existe mais. Em Toledo são 6 estações em "locais estratégicos da cidade" com 60 bicicletas ao total, trabalhando da mesma forma que o mobilicidade.
Se souberem de mais alguma cidade que tenha o sistema de compartilhamento de bicicletas, comentem para que eu possa melhorar o post.
Espero que gostem.
Comentem , critiquem , elogiem.
Continua...